Quem está no controle?

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Estar no controle o tempo todo é uma necessidade constante para mim. Faço muita força, consciente e inconsientemente, para manter o controle. Talvez, por causa do perfeccionismo, é a única maneira de (ilusioriamente) pensar que os resultados dependem apenas de mim. Mesmo sabendo que as coisas não funcionam exatamente assim.

Não consigo entender muito essa de "deixa a vida me levar". Como assim me levar?! Sou eu quem diz para onde quero ir e não "a vida". Eu deixo ela me levar para onde eu disser a ela para ir.

Mas será que esse "nadar contra correnteza" não é um desperdício de energia? Como fazer diferente? Como ficar confortável só fazendo os ajustes? Uma necessidade constante de se proteger ao tentar manter o controle para que tudo esteja sempre no lugar. Cansa.

Consigo ver que em situações que não estive no controle (quase todas?) me levaram a resultados, no mínimo, interessantes. Não tenho o que reclamar. No final, os tropeços e acertos acabam sendo responsabilidade minha. O que não consigo fazer é escolher quando vou enfrentar os problemas. Mas por outro lado, se eu fosse escolher, acho que nunca enfrentaria. Podendo evitar, porque não procrastinar?

No fundo sei que não funciona assim. São muitas variáveis para se dar conta. E nem é pelo número. É que além de ser muitas, grande parte nem sei quais são. Mesmo assim, eu continuo na minha tentativa de controlar o que vejo.

É como no rafting. Você está dentro de um bote, descendo uma corredeira. Não da pra voltar e não se pode fazer muito. Apenas tentar fazer com que o bote não vire, desviar do máximo de pedras possível e torcer para que mesmo com alguns caldos cheguemos no final.



Written by Eduardo Elias in Pensando on Sun 27 February 2011. Tags: Escolhas,

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