Está tudo saturando muito rápido

Muita informação

Com tantas redes sociais, chefeadas por Twitter e Facebook, se consegue muito pouco tempo para conseguir "curtir" uma notícia nova. Não muito tempo atrás, quando acontecia algum evento, demorava algumas semanas para a notícia ficar saturada. As (possíveis) piadas e referências que surgiam do tal evento, iam sendo espalhadas em uma cadência que fazia com que fosse possível ouvir algo um mês depois do acontecido e parecer inédito ou interessante.

Hoje isso acabou. Algo acontece e recebemos uma avalanche de tudo que foi criado referente à aquele evento. Inicia-se uma verdadeira corrida para ver quem consegue esgotar o assunto com o máximo de piadas e referências possíveis. Nem precisa estar super conectado. Só precisa ter um twitter, seguir uma meia dúzia de pessoas e ter uma conta no facebook com alguns contatos, e já é impossível ficar de fora de praticamente todas as coisas que surgem. Todas as piadas, todas as referências.

Qualquer piada feita com mais de 48 horas do acontecido, vai ser taxada como "batida" ou sem graça por estar se referindo a algo que já é "notícia velha". Pois é, 48 horas é tempo suficiente pra deixar uma notícia velha.

Por mais que um vídeo fosse viral, demorava um tempo até ele atingir um número grande de pessoas. O vídeo "Para nooooooooossa alegria", em 3 dias já tinha ganhado paródia na MTV (sem contar as muitas paródias no próprio youtube) e em uma ou duas semanas a família do vídeo já estava aparecendo na Ana Maria Braga.

E música então. Na época do Chacrinha, ficava-se meses vendo o Roupa Nova indo semanas seguidas para cantar a mesmíssima música.

Hoje não. Uma música como a do Michel Teló, se espalha mais rápido que a gripe suina e a avalanche de referências só aumenta, com os vídeos de jogadores ou soldados do oriente médio fazendo coreografias ao som de "Ai, se eu te pego".

Sendo assim, fica bem fácil ficar de saco cheio ao ouvir falar de assuntos da semana passada que hoje já são "velhos".

Mas nem tudo está perdido. Ainda é possível ficar de fora dessa avalanche de informações que gera a saturação relâmpago. É só selecionar quem se acompanha nas redes sociais. Seguir menos gente no Twitter e limitar o que aparece na timeline do Facebook. Mas isso vai fazer com que, possivelmente, não se entenda as referências e piadas feitas durante uma conversa numa roda de amigos. E vai bater um sentimento de estar "por fora" dos "assuntos do momento" que, hoje, ficam "velhos" em poucos dias.

O problema é que não é fácil selecionar esses contatos e achar o equilíbrio. Corre-se o risco de perder assuntos que interessam tentando fugir dessa saturação.

Me diga, você prefere ficar saturado, prefere não entender as piadas do viral de ontem a tarde, ou consegue um equilíbrio entre as duas coisas?



Written by Eduardo Elias in Pensando on Sat 21 April 2012.

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