Muletas

Não vou falar sobre aquelas peças usadas para auxiliar as pessoas a caminhar. As que me refiro "ajudam" a caminhar, mas de outro jeito.

A nossa muleta de cada dia

Já se viu em uma situação em que você sabe que tem que mudar, mas simplesmente não consegue?

Você sabe que precisa caminhar sozinho(a), mas o medo da mudança e o conforto da situação te impedem de sair do lugar.

Quando minha avó quebrou o fêmur o médico disse a ela que depois do andador não iria recomendar bengala para que ela pegasse confiança e começasse a andar sem ajuda. Provavelmente depois de usar a bengala, ela não conseguiria mais largar. Não teria confiança pra andar sozinha, sempre tendo a sensação que iria cair. O médico não queria que a bengala virasse uma muleta. Ela não usou a bengala e hoje anda sem precisar de nada pra se apoiar.

Medo. Isso nos faz parar. Será que vou conseguir? Não conseguimos (no fundo, não queremos) largar a muleta com medo de cair. Inventamos desculpas pra nós mesmos. Dizemos que não conseguiremos. Que é cedo demais. Tudo para ficarmos com ela debaixo do braço. Chegamos a fazer muita força pra que a coisa continue do mesmo jeito que está. Não é fácil até mesmo reconhecer a muleta. É difícil reconhecer que poderíamos caminhar sozinhos. Sair do conforto é algo que enfrentamos desde que nascemos. O bebê gostaria de ficar dentro da barriga da mãe, recebendo alimento sem fazer esforço, quente, aconchegado. Quem disse que as mudanças são fáceis? Mas são necessárias. Se você quer crescer terá que mudar.

E então, qual sua muleta?



Written by Eduardo Elias in Pensando on Tue 28 December 2010. Tags: Escolhas, Mudancas,

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